7 Dicas Cruciais pra Montar um Plano de Negócios no Artesanato (sem perder a sanidade no meio do caminho
Tá bom, bora lá! Esse texto aqui não é só pra qualquer um ler e dar de ombros, não. É pra quem tá realmente querendo transformar aquele cantinho da casa onde você faz bijuterias/malas de crochê/cestas de cipó/vassouras de piaçava (ou o que quer que seja que você faça com as mãos e muito amor) em um negócio de verdade.
E eu sei, eu SEI que a maior dor de cabeça não é fazer a peça em si (afinal, você já faz isso tão bem que até esquece que tá trabalhando 😅), o problema mesmo é: "Como diabos eu vendo isso? Quanto cobro? Quais metas eu tenho que bater? O que eu faço primeiro? E aquele monte de papelada? E as contas? E o imposto?" .
É tipo quando você tá superbem fazendo aquele ponto de crochê supercomplicado que sua avó te ensinou, mas aí começa a pensar "ok, fiz a peça, agora como eu não vou virar louca com a parte 'de negócios'". Então, calma. Respira. E vamos por partes, porque, acredite, montar um plano de negócios não é nenhuma ciência exata vinda de Marte, é só você organizando o seu caos criativo (e eu tô falando isso porque eu também tenho esse caos, tá? 👀).
Você já parou pra pensar quantas horas você passa criando, bolando, inventando, errando, refazendo, tingindo, cortando, colando, bordando... fazendo, enfim, aquele seu artesanato lindo que todo mundo elogia, fotografa, compartilha no Instagram e fala "ah, você é tão talentosa"? Eu aposto que sim.
E aí, depois de tudo pronto, você põe no site, na feirinha, na lojinha de artesanato da esquina, e... fica esperando. Esperando as pessoas comprarem. Esperando alguém perguntar o preço. Esperando o famoso "contrato bom" que nunca chega. E sabe o que acontece na maioria das vezes?
Você começa a se perguntar coisas tipo: "Será que eu tô cobrando muito? Pouco? Será que eu deveria ter feito azul em vez de verde?
Por que ninguém tá comprando se eu juro que isso aqui é único?"
E então, no meio desse turbilhão, aparece aquele pensamentozinho traiçoeiro:
"Será que eu tô fazendo tudo errado?".
Pois é, meu amor, esse é o momento exato em que você precisa parar de ser só uma artesã e começar a ser uma empresária do seu próprio artesanato. E não, não é porque você vai deixar de gostar do que faz (Deus me livre, você vai gostar ainda mais!), mas sim porque, sem um plano de negócios certinho, estruturado e pensado, você vai continuar fazendo aquilo que eu chamo de "trabalhar pra exposição", não pra carteira 😂.
Ou seja: todo mundo adora ver suas peças nas fotos, mas ninguém sabe quanto custa ter essas peças nas mãos de verdade.
E aí mora o problema.
Um plano de negócios, pra quem ainda tá meio perdida (como eu fiquei por muito tempo, juro), nada mais é do que um mapa.
Um mapa que diz: "Olha, Giovanna, você começa aqui, passa por esse caminho, pula esse buraco, e chega lá no final com o dinheiro na conta, o cliente feliz e você sem precisar vender a alma (ou a sanidade)". Simples assim.
Agora, vamos pras 7 dicas que vão te ajudar a montar esse mapa, esse plano, essa estrada de tijolos amarelos pro mundo do artesanato lucrativo. E presta atenção porque cada uma dessas dicas tem um custo zero, só precisa de você, um caderno (ou um Excel, se você for daqueles que ama planilhas 😎) e um pouco de disciplina.Dica #1: Defina seu nicho (não tente ser tudo pra todos, senão você não é nada pra ninguém)
A primeira coisa que todo mundo fala (e eu tô aqui pra falar de novo) é que você precisa saber exatamente quem você quer atender.
Não adianta fazer um monte de coisinhas "bonitinhas" pensando "ah, alguém vai querer" .
O mercado de artesanato tá cheio de gente fazendo coisas bonitinhas também. Você precisa escolher um nicho.
Exemplos:
- Artesanato sustentável (eco-friendly, com materiais reciclados, etc.)
- Peças de decoração rústica (pra quem ama aquele estilo fazenda/chácara)
- Bijuterias étnicas (inspiradas em alguma cultura específica, tipo africana, indígena)
- Itens de crochê/amigurumi pra bebês (mães adoram isso!)
- Artesanato de luxo (com materiais nobres, tipo prata, cristais, etc.)
Por exemplo, eu tenho uma amiga que faz bolsas de ráfia. Só de ráfia. Não faz mais nada. E sabe o que acontece? Toda vez que alguém pensa "bolsa de ráfia sustentável pra ir à praia" já lembra dela.
Ela não faz bolsa de couro, não faz bolsa de tecido, não faz bolsa de plástico.
Só ráfia. E é referência no assunto.
Então, pergunte a si mesma: "Qual é o meu 'só ráfia'?". Anote isso num cantinho, porque vai ser o seu norte.
Eu tenho vários nichos? sim mais porque trabalho com lojistas e datas sanzonais.
Dica #2: Faça uma análise de mercado (não invente moda, veja o que já existe)
Agora que você sabe quem quer atender, vá ver quem mais tá atendendo esse mesmo povo.
Eu sei, dá um pouco de preguiça, mas você precisa:
- Pesquisar feiras de artesanato da sua região (ou online, se for vender pela internet)
- Ver os preços dos concorrentes (não pra copiar, mas pra entender a faixa)
- Ler reviews, comentários, o que as pessoas estão elogiando ou reclamando (essa parte é crucial)
- Entrar em grupos de Facebook, WhatsApp, Instagram sobre o seu nicho e ver as dores das pessoas (o que elas precisam e não tão encontrando?)
Eu fiz isso quando comecei com o biscuit. Entrei em um monte de grupos de "biscuit" e vi que todo mundo tava reclamando da falta de personalização que encontravam à venda. Aí eu pensei: "Peraí, eu posso biscuit personalizado, datas especiais, " . Pronto. Ninguém mais fazia aquilo ainda na minha região. E foi boom. Moral: não precisa inventar nada revolucionário, só entender o que falta na prateleira.
Dica #3: Defina seus custos (aquela parte chata, mas sem ela você voa pra bancarrota)
Aqui é onde 90% das pessoas fogem correndo porque parece "contabilidade de empresa grande", mas confia em mim, é bem simples. Você só precisa saber quanto custa fazer cada peça sua.
Não é só o material, são:
- Matéria-prima (barbante, linha, tecido, tinta...)
- Tempo (quanto tempo você gasta fazendo cada peça? Hora de trabalho é dinheiro, lembra?)
- Despesas fixas (luz, água, aluguel do espaço onde você trabalha, internet...)
- Despesas variáveis (embalagens, frete, taxas de cartão de crédito se vender online)
- Margem de erro (aquela peça que quebrou, aquela linha que acabou no meio do trabalho... acontece)
Exemplo besta, mas real: se você gasta R$ 10 em linha pra fazer um tapete de crochê, mais 3 horas do seu tempo (e sua hora vale, digamos, R$ 25, porque você é boa no que faz 😉), mais R$ 2 de embalagem... seu custo mínimo pra esse tapete é R$ 10 + R$ 75 (3h x R$ 25) + R$ 2 = R$ 87. Agora, não venha vender esse tapete por R$ 90, porque você não vai pagar nem o café da manhã. Some uns 30% pelo menos pra ter lucro. Então, nesse caso, R$ 87 + 30% = R$ 113,10. Esse é o preço mínimo que você deveria cobrar.
Dica #4: Monte suas metas e objetivos (não dá pra navegar sem bússola)
Aqui é a parte que eu chamo de "tirar o sonho do papel". Você precisa definir:
- Meta de produção mensal (quantas peças você consegue, realisticamente, fazer num mês?)
- Meta de vendas (quantas peças você precisa vender pra bater sua meta financeira?)
- Preço médio de venda (já calculamos isso na dica anterior)
- Faturamento desejado (quanto você quer ganhar por mês com isso?)
Tipo, não adianta sonhar "eu quero ganhar R$ 5.000 por mês" se você só consegue fazer 10 peças por mês e cada uma tá R$ 100. Matemática básica, gente: 10 peças x R$ 100 = R$ 1.000. Ou você aumenta o preço (se o mercado permite), ou aumenta a quantidade produzida (treinando, terceirizando parte do processo, sei lá), ou... repensa o sonho 😅.
Uma dica: escreva essas metas em 3 horizontes:
- Curto prazo (3 meses): "Nesse trimestre eu vou vender 50 peças por mês"
- Médio prazo (1 ano): "Até o final do ano eu vou ter um site próprio e vender pelo menos 100 peças/mês"
- Longo prazo (3-5 anos): "Eu quero ter uma lojinha física e estar vendendo online pra todo o Brasil"
Isso te dá um senso de evolução, senão você vai ficar "poxa, tô fazendo a mesma coisa há 2 anos".
Dica #5: Crie um canal de vendas (não dá pra ficar só no boca-a-boca)
Você pode fazer as peças mais lindas do mundo, mas se ninguém vê essas peças, tá tudo morto. Então, hoje em dia, você precisa de, no mínimo, dois canais de venda:
- Online: Instagram (foco em stories e reels, as pessoas não ficam mais no feed), Facebook, site próprio (pra ter controle total dos dados, clientes, etc.). E não esqueça do Etsy, da Shopee, do Elo7... são plataformas prontas que já têm cliente.
- Offline: Feiras, bazares, lojinhas de artesanato, eventos da cidade.
Mas aqui vai um segredo: não tente fazer tudo ao mesmo tempo. Comece com um canal, arrase nele, e depois vá pro outro. Eu comecei só com Instagram (orgânica, sem pagar anúncio) e demorei 6 meses pra entender como aquilo funcionava. Quando finalmente entendi, passei pro site e depois pra feiras. Hoje, eu tenho os três funcionando.
Dica #6: Organize sua gestão financeira (não espere o dinheiro 'sobrar' pra organizar)
Essa é a parte que eu chamo de "salva-vidas". Separe tudo em pastas, cadernos, planilhas (eu uso o Trello, mas você usa o que quiser):
- Entradas (vendas, pagamentos recebidos)
- Saídas (matéria-prima, contas, impostos)
- Caixa (quanto tá "sobrando" de verdade)
- Previsões (quanto você espera receber nos próximos 30, 60, 90 dias)
E aqui, um aviso importante: separe a grana do artesanato da grana pessoal. Conta bancária diferente, tudo.
Você não vai querer passar aquele vexame de "ah, eu comprei um sapato com o dinheiro da matéria-prima" 😂.
E, se possível, pague um contador (sim, custa um pouco, mas vale cada centavo). Artesanato é isento de alguns impostos até um certo valor (olha o Simples Nacional, MEI, essas coisas), mas você precisa saber navegar nisso.
Dica #7: Tenha um plano de marketing (ninguém compra o que não vê)
Por último, mas não menos importante: você precisa contar sua história. As pessoas não compram só o objeto, compram a alma que tá atrás daquele objeto. Então:
- Tire fotos profissionais (ou, se não tiver grana, aprenda a tirar fotos boas com o celular mesmo)
- Conte a história da peça (por que você escolheu aquela cor, aquele material)
- Faça promoções sazonais (Natal, Dia das Mães, Páscoa...)
- Interaja com seus seguidores (ninguém gosta de marca "fantasma")
- E, claro, tenha um calendário de postagens. Não adianta postar hoje e só voltar daqui 3 semanas. As redes sociais são como namoro: precisa ter constância 😊.
Pronto, Se você chegou até aqui e fez, pelo menos, anotações rápidas de cada dica, já tá 80% do caminho andado. O resto é só executar. E lembra: plano de negócios não é algo que você faz uma vez e esquece. É vivo, é dinâmico. Vai mudando conforme o mercado, conforme você cresce, conforme você erra (e vai errar, eu erro até hoje 🙈).